Ilha do Pico

No nosso quinto dia de viagem partimos, de manhã, em direção à ilha do Pico, a mais jovem do arquipélago e também chamada de ilha negra, devido à grande quantidade de basalto que por lá se encontra. Fomos de barco e atravessamos o canal. A viagem durou cerca de quarenta minutos e o barco era grande mas eu fiquei muito enjoada. Durante a viagem, no entanto, a vista sobre o Faial e a montanha do Pico (a mais alta de Portugal) é incrível, principalmente se estiver bom tempo.

ao voltar e ao ir

Quando chegamos fomos recebidos por uma guia local muito simpática e iniciamos um passeio de autocarro à volta da ilha. Começamos nas famosas plantações de vinho, Património da Unesco, cultivadas entre muros de basalto. Podem encontrar estas plantações um pouco por toda a ilha mas nós visitamos uma zona em que é possível caminhar entre as vinhas e tirar fotos de perto.

Em seguida, visitamos a igreja de S. Mateus. Não sou apreciadora de igrejas mas até eu acho que esta vale a pena ver. Ao contrário da maioria das igrejas, o seu interior é luminoso, claro e muito colorido, com cores garridas por todo o lado. Muito bonita!

Depois do almoço visitamos o Museu dos Baleeiros, na freguesia das Lajes do Pico. Gostei muito de visitar o museu pois, apesar de a caça à baleia ser uma prática desumana que caiu em desuso, vimos um documentário muito interessante sobre as dificuldades que os habitantes da ilha passavam para sobreviver durante os anos 60 e 70, a necessidade que tinham de usar as baleias como sustento e as dificuldades que passavam para as caçar. Fez-me pensar que, se no continente as pessoas sofreram com os períodos de crise, nas ilhas deve ter sido muito pior. Vimos também muitas peças usadas durante a caça e vários produtos que se obtinham a partir das baleias (provando que nenhuma parte do animal ficava por aproveitar), incluindo verdadeiras obras de arte esculpidas em osso de baleia.

 peças de arte esculpidas a partir dos ossos da baleia

 sapatos feitos de pele

Em seguida, começamos a subir a montanha do Pico e fomos até aos 900 metros de altitude. Visitamos a Lagoa do Capitão, perdida no meio da montanha, e muito bonita. Não fomos mais porque o tempo não o permitiu mas, para os mais aventureiros, é possível subir até ao cimo da montanha a pé.

Descemos a montanha e fizemos uma última paragem na zona do Cachorro, assim chamada por lá existir uma rocha que se parece muito com um cão.

 a vista a descer o Pico

 uma paragem para repor energias eheh

 na freguesia de cachorro (ironicamente vimos um gato lá)

Achei a ilha do Pico um pouco diferente das outras. Para começar, é a que tem mais basalto, por isso a paisagem distingue-se mais. As vinhas e os seus muros característicos também são únicos deste local. Ainda podem encontrar os campos verdes e as florestas e flores características no interior da ilha, mas no litoral veem paisagens cobertas de rochas negras e águas azuis. Não existe nenhuma cidade mas sim pequenas freguesias. De qualquer das formas, é uma ilha tão bonita quanto as outras, apesar de ter menos gente. Fica o desejo de voltar e subir ao topo da montanha!